segunda-feira, 24 de março de 2008

Trecho do livro onze minutos de Paulo Coelho

" Se eu tivesse que contar hoje minha vida para alguém, poderia fazê-lo de tal maneira que iriam me achar uma mulher independente, corajosa e feliz. Nada disso: estou proibida de mencionar a única palavra que é muito mais importante que os onze minutos - amor.
Durante toda a minha vida, entendi o amor como uma espécie de escravidão consentida.É mentira: a liberdade só existe quando ele está presente. Quem se entrega totalmente, quem se sente livre, ama o máximo.
E quem ama o máximo, sente-se livre.
Por causa disso, apesar de tudo que posso viver, fazer, descobrir, nada tem sentido. Espero que este tempo passe rápido, para que eu possa voltar à busca de mim mesma - encontrando um homem que me entenda, que não me faça sofrer.
Mas que bobagem é essa que estou dizendo? No amor, ninguém pode machucar ninguém; cada um de nós é responsável por aquilo que sente, e não podemos culpar o outro por isso.
Já me senti ferida quando perdi os homens pelos quais me apaixonei. Hoje estou convencida de que ninguém perde ninguém, porque ninguém possui ninguém.
Essa é a verdadeira experiência da liberdade: ter a coisa mais importante do mundo, sem possuí-la. "

sexta-feira, 14 de março de 2008

Aqui estou eu novamente entregue em meus pensamentos
E não sei como ignorá-los
Surpreendentemente não são eles que têm me abatido e sim uma melancolia
Saudade talvez da mulher que existiu em mim
Aquela que tanto me fez sorrir
A louca e confusa caçadora da verdade



Jacqueline Quental
3/2008

quinta-feira, 13 de março de 2008

Desejos devassos- Jacqueline Quental

Vem e sacia teus desejos devassos
Livra-te de falsos pudores
Peço que me possuas como nunca!
Me invada, vire e revire,me transforme em outra,ao ponto que nem eu
O amor é uma arte e essa bela arte para que seja perfeita tem que ser feita com pacimesma me reconheça
Deixe queimar essa febre, esse fogo que consome como fogueira que aquece aqueles que tremem ao frio
Arrepios rodam meu corpo não é de frio ou de medo, e sim de prazer
Vem,devora-me e sacia teus desejos
Assim como o beija-flor vem até a flor em busca do néctar que o alimenta
Vem, mas vem sem pressa ência
que seja
Erro é ne
Estou a tua espera,assim como a flor aguarda a chega da primavera para desabrochar e Emanar o aroma da estação
Nossos desejos não precisam parecer sujos ou errados
O erro só está naquilo que achamos gar o gozo que insiste em transparecer em nosso rosto
Então vem, e sacia meu desejo

Jacqueline Quental
28/08/2004

segunda-feira, 10 de março de 2008

O que aconteceu com seu coração intrépido, tão destemido tão seguro de si?
Falta coragem?
Te entristeces o fato de passar as tuas noites sozinho, fazendo par com a solidão
Não te contentas mais ir à encontros explosivos, e que depois nem lembrarás nem tão pouco vais querer repetir
Será mesmo que não há ninguém que o faça bater o coração descompassadamente e querer emoções tão forte que dificilmente tua mente consiga acompanhar?

terça-feira, 4 de março de 2008

A sanidade em equilíbrio – diálogo de loucos- Victor Costa

A sanidade em equilíbrio – diálogo de loucos.
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Paula tentava, ao conversar com Sérgio, buscar encontrar algumas respostas e ávida desejava saber a respeito da essência humana:

-... Mas como posso ser sã, se tenho delírios, mesmo que criativos, que provocam grandes abalos nas relações sócio-afetivas?
- Almejes sua pedra preciosa e não faças mal a outrem, a não ser que seja necessário. Se quiseres, retira de ti o conteúdo, tenhas a futilidade como um bem imperioso e não meças esforços para teus objetivos.
- Como serei bem vista se procuro o amor exato e tenho receio das experiências?
- Faz de ti submissa de moralismos escusos, pois se dizia que o amor perfeito poderia ser encontrado nos sanatórios médicos.
- E porque a saudade pode predominar mais do que o sentimentalismo?
- Não há predomínio, desde que não queiras. O amor vale bem menos que o dinheiro! Sejas fria, calculista... Vai às artes comprar jóias, que pensas?
- Queria apreciar as trovas expressivas nas margens do bucólico rio. Vamos?
- Destruas os inimigos para que possas ter status nesta sociedade. Sejas oca, lucrarás em dobro.
- O que tanto escondes e revelas de minha pessoa?
- És frágil! Persista, ajas antes que os outros lhe expulsem do reinado, Vossa Majestade!
- Que coisa boa a paz, não?
- Insensatez, minha cara, cobice o que não te pertence e serás feliz como eu.
- Bem, tive um sonho esquisito. Entrávamos num livro e nos tornávamos famosos. Mas, apenas eu atingia a sobriedade, o equilíbrio pleno...
- Não, não... Evite dar discursos. Se não tiveres saída faça plágios e clichês e dê férias ao cérebro. Ele precisa contemplar os costumes franceses. Pensar é um indicativo de desvios advindos das atividades mentais.
- Como posso escutar estes conselhos? Agora sou infeliz. Serei escritora por ter deixado me alienarem. Hei de morrer, visto que escritores estão fadados ao estado lúgubre. Portanto, serei uma poetiza morta?
- E os louros da fama, onde estão?
- Indigno, observe o meu estado. Fui humilhada. Vejo uma luz que nos salva.
- Como assim? Luz que nos salva? Fui eu quem escreveu o último capítulo desse livro. Reinavas junto a mim! Como pode?
- Envenenei nossa alma. O hospício ia de mal a pior, nos deixaram lá. Morremos, ou melhor, vivemos por muito tempo escrevendo. Tudo similar, não é mesmo? Não fomos o medalhão de suas contradições. Eu lhe redimi, te curei. Eu não sou louca, não! Tu não és louco. Eles, loucos, não sabem nos tratar, tu te revoltas e isto é cruel.
- Não entendo, mas a nossa consolação era o dinheiro.
- Não! Apaguei este destino de nossa realidade ficcional. Não tenhas ambição, aprendas a lição. O conforto espiritual advém do mundo das letras. O melhor que fazes é não dizer que a sua dor é maior do que a do outro, ser saudoso, ser alegre mesmo que nas efemeridades da vida, ter mistérios sobrenaturais e não tentar desvendá-los... Olhe-se no espelho mágico da vida e a aproveite.
- Realmente, é preciso encarar a vida de frente. É realmente necessário encarar a vida de frente e depois descartá-la. Estágios de evitamentos existenciais não nos levam a lugar algum. O melhor é fantasiar e pertencer ao estado de abstração. Sejamos a insânia da sanidade e tentar viver com o coração puro a mudanças.

Depois de uma pausa, já ao anoitecer, uma senhora os medicou como era de práxis. Foram dormir, tiveram acometimentos súbitos. Noutro mês definharam e entraram no universo ilusionista. Talvez os mais perturbados sejam mais inteligentes e sensíveis do que os saudáveis. A vida é um ciclo. A loucura uma viagem sábia que nos mantêm vivos em corpo e alma. Ela nos alimenta a perspectiva.
Victor Costa